LUZ NEGRA
na metade da ponte de cara pro rio enxerga
a curva do corpo da terra um buraco negro
encara a realidade consagrada pelo sol
com retidão abre a boca, tapa os olhos chupa o ar
é a coragem que faz o xamã
tateia com o nariz pra enxergar pra invocar outro pico
feitiço descobre o abraço transparente aqui dado
o ano era 335 antes de Cristo mas também hoje
vence a esfinge que segurar por mais tempo o segredo
a espada do anjo a cobra por dentro da coluna rosna
o portão se abre pros instrumentos requisitados
o passado em nossa frente o futuro está em nossas costas
o ringtone do celular me tira do transe
você me pergunta se vou demorar
peço mais cinco minutos