quarta-feira, 7 de abril de 2021

I - LUZ NEGRA


 



LUZ NEGRA


na metade da ponte de cara pro rio enxerga

a curva do corpo da terra um buraco negro 

encara a realidade consagrada pelo sol


com retidão abre a boca, tapa os olhos chupa o ar

é a coragem que faz o xamã


tateia com o nariz pra enxergar pra invocar outro pico

feitiço descobre o abraço transparente aqui dado

o ano era 335 antes de Cristo mas também hoje


vence a esfinge que segurar por mais tempo o segredo

a espada do anjo a cobra por dentro da coluna rosna 

o portão se abre pros instrumentos requisitados 

o passado em nossa frente o futuro está em nossas costas


o ringtone do celular me tira do transe

você me pergunta se vou demorar

peço mais cinco minutos